segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os efeitos da reabilitação psicomotora na esclerose múltipla

Os défices cognitivos na esclerose múltipla são frequentemente negligenciados embora contribuam de forma significativa para a morbilidade e incapacidade destes doentes. Mesmo nas formas surto-remissão completa são poucas as pessoas que descrevem o seu desempenho cognitivo como normal. Num estudo publicado foram demonstrados os efeitos do treino cognitivo em pessoas com esclerose múltipla na forma surto-remissão. Num grupo de 20 indivíduos, numa fase estável da doença, metade realizou treino cognitivo utilizando o computador, com exercícios dirigidos ao treino de atenção, funções executivas e velocidade de processamento. A outra metade não realizou qualquer treino. Quando avaliados após 12 semanas, os pacientes do grupo que realizou reabilitação cognitiva melhoraram o seu desempenho nos testes cognitivos. Para além deste facto, a avaliação por ressonância magnética funcional também revelou alterações ao nível dos padrões de activação do córtex frontal durante a realização de exercícios executivos (realização de tarefas). Estas alterações estavam correlacionadas com a melhoria no desempenho cognitivo. Especialmente interessante foi o facto de mesmo pessoas que apresentavam desempenho “normal” nos testes neuropsicológicos efectuados terem também melhorado o seu desempenho com o treino. Este facto realça a importância de realizar uma procura activa dos défices cognitivos nesta população.
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O tratamento adequado para a Esclerose Múltipla começa por manter um bom estado de saúde geral, prosseguir uma vida activa, uma alimentação equilibrada, repouso suficiente, de modo a sentir-se bem, mantendo a forma física e psíquica. É também fundamental um programa de actividades psicomotoras e ginástica muscular, na medida em que isto ajuda os doentes a recuperarem dos surtos e a diminuir a tensão muscular. O treino do equilíbrio pode ajudar as pessoas a tornarem-se mais auto-confiantes, por exemplo, bem como as técnicas de relaxação psicomotora contribuem para a diminuição da rigidez muscular (hipertonia). As actividades que impliquem a associação entre determinados estímulos (verbais, tácteis, auditivos, visuais, etc.) e respostas motoras específicas são úteis no reforço dos circuitos nervosos, bem como as actividades de coordenação, dissociação de movimentos, agilidade. 
 
 
 
   
 

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